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A utilização de tecnologias associadas a veículos aéreos não tripulados (VANTs) e a mineração

           Imaginem que, ao invés de utilizar pás, carregadeiras e caminhões durante a fase de prospecção de uma jazida mineral, fosse possível empregar apenas um equipamento de pequeno porte que se assemelha a uma miniatura de helicóptero ou avião? Ou se pilhas de minério ou barragens de rejeitos pudessem ser controladas remotamente com precisão e frequência na atualização de suas informações? Práticas como essa vem se tornando parte da realidade da indústria mineira. No contexto de levantamento de dados topográficos, com aplicação na mineração e meio ambiente, o uso de tecnologias ligadas a aeronaves não tripuladas (VANTs), ou drones como são mais conhecidos comercialmente, vem ganhando espaço no mercado e propõem uma série de aplicações.

Como funciona o levantamento com VANTs?

          O processo de captação de imagens consiste na identificação de uma área alvo e conhecimento prévio da região, uma vez que é importante identificar possíveis obstáculos no terreno e estudar as condições climáticas do local. Após, define-se um plano de voo que recubra a área de interesse. Uma vez completada essas etapas, o drone segue a rota definida enquanto capta as imagens automaticamente. Cada uma das fotos apresenta uma região de sobreposição com outras ao seu redor, o que permite o desenvolvimento de modelos de superfície a partir de conceitos de estereoscopia digital e triangulação de pontos. Com o auxílio de dados coletados em campo, como coordenadas medidas com um GPS geodésico, é possível georeferenciar os modelos, tornando-os ainda mais precisos.

Utilização na mineração:

          A indústria mineira vem aplicando tecnologias ligadas aos VANTS em diversas áreas, desde o mapeamento de regiões até na fase de exploração mineral. A aquisição de dados físicos é etapa fundamental e crítica na análise de possibilidades e tomada de decisões. Além disso, assegurar acurácia na obtenção dessas informações e mantê-las atualizadas promove um alicerce sólido para o desenvolvimento de projetos, o que é a proposta dos drones.

          Dentro das competências da mineração, os drones tem a possibilidade de agregar valor a uma série de operações. Os levantamentos de imagens podem ser utilizados nas etapas de licenciamento ambiental e prospecção, com a identificação de rios, zonas verdes, topografia e anomalias minerais. Outras possíveis aplicações estão relacionadas a estimativas de recurso e reserva, otimização do design de planos de fogo e manejo de pilhas de estocagem de minério.

No planejamento de curto prazo, os levantamentos aéreos permitem a atualização semanal ou diária do plano de lavra, o que possibilita um melhor acompanhamento e otimização do mesmo. Aspectos como controle dos avanços na cava, despejo de estéril e distâncias de transporte podem ser constantemente analisados e corrigidos. Já no planejamento de longo prazo, parâmetros geotécnicos, projetos de estradas, barragens de rejeitos e design de cavas podem ser desenvolvidas com o auxílio de VANTs.

          Além de permitir uma visualização em três dimensões de estruturas e locais de interesse, os levantamentos aéreos permitem o cálculo de distâncias, volumes e massas, além do monitoramento visual da superfície. A expectativa em torno de levantamentos com o uso de drones está relacionada com a possibilidade de obter medições planialtimétricas e fotogramétricas (resolução espacial) de qualidade. Além disso, rapidez e facilidade na geração de produtos de qualidade e permitindo frequência de levantamentos, obtenção de dados em regiões de difícil acesso e a frequência na aquisição e atualização de dados topográficos (resolução temporal).

 

 

 

 

 

Por Jeremias Azambuja

 

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